O rádio sempre fez parte da minha vida desde a minha infância. Lembro-me de acordar cedo aos sábados de manhã para ouvir as histórias do Programa Infantil na Rádio Nacional. As músicas animadas eram um convite para começar o dia com alegria e energia.

Com o tempo, fui descobrindo outros programas e estilos musicais que me interessavam. Aos poucos, o rádio foi se tornando não só uma fonte de entretenimento, mas também de cultura e informação. Eu acompanhava as notícias do país e do mundo, ouvia debates sobre política e economia, aprendia com entrevistas a personalidades das artes e das ciências.

Na minha adolescência, o rádio se tornou ainda mais importante para mim. Era uma época de descobertas, de formação de opinião, de construção de identidade. O rádio foi meu companheiro nas horas de estudo, nas viagens de ônibus, nas tardes de tédio em casa. Eu me sentia conectado ao mundo e à minha geração por meio das músicas, dos artistas e dos programas que ouvia.

Mas um rádio em especial marcou minha vida. Era um aparelho antigo, comprado em um brechó por minha avó. Não tinha muitas funções sofisticadas, nem um som de alta qualidade. Mas era especial para mim por tudo o que representava. Com ele, eu descobri a música brasileira de todas as épocas, da bossa nova ao rock, do samba ao rap. Com ele, ouvi os grandes locutores e apresentadores da radiofonia brasileira, como Galvão Bueno, Milton Neves, Zé Béttio, entre outros.

Esse rádio se tornou tão importante para mim que eu o levei para a faculdade, onde estudei jornalismo. Ali, descobri mais aspectos fascinantes do universo do rádio, como a produção de programas, o roteiro e pauta, a locução, a edição de áudio. Comecei a sonhar em seguir essa carreira, em trabalhar em uma emissora de rádio importante, em me tornar um apresentador ou repórter especializado em cultura e entretenimento.

Hoje, trabalho em uma grande emissora, e o rádio continua sendo uma plataforma essencial para mim. Participar de programas, entrevistar artistas, escrever críticas, tudo isso me lembra da paixão que eu tinha pelo rádio desde criança. Agradeço ao meu rádio antigo por me introduzir nesse mundo fascinante e por moldar a minha personalidade e carreira.

O rádio pode ser tão influente quanto qualquer outro meio de comunicação, como a televisão ou a internet. Ele tem o poder de informar, entreter, educar e inspirar. Através dele, podemos conhecer novas culturas, descobrir novos talentos, nos conectar com pessoas de todas as partes do mundo. O meu rádio favorito é uma prova disso, e espero que muitas outras pessoas possam ter experiências tão ricas como a minha.